Ao encerrar sua participação na Cúpula do Mercosul e assumir a presidência do bloco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou aos países membros e parceiros que “cabe somente a nós decidirmos de seremos grande ou pequenos”. O presidente destacou aindo desafio do Brasil de sediar a Conferência do Clima das Nações Unidas, em novembro, no Pará, e pediu apoio. “O Brasil assumiu a responsabilidade de sediar a COP30 em um momento de graves turbulências para o multilateralismo. O apoio do Mercosul e de toda a América do Sul será imprescindível.”
Lula assinalou a adoção de declarações pelo Mercosul e o compromisso da presidência brasileira. “Estudaremos com afinco a possibilidade de criar uma agência contra a criminalidade organizada transnacional, como proposto pela Argentina. Também daremos seguimento à Declaração sobre Integração e Segurança Energética”, disse. E enfatizou a crítica do bloco à exploração unilateral de recursos naturais nas Ilhas Malvinas – sob controle do Reino Unido. “Sinaliza que a América do Sul não permanecerá à parte na corrida global por fontes de energia”. observou.
O seu discurso final, o chefe de Estado brasileiro reforçou ainda os cinco desafios prioritários da presidência brasileira do Mercosul pelos próximos seis meses:
2 – Enfrentamento da mudança do clima e à promoção da transição energética.
3 – Desenvolvimento tecnológico.
4 – Combate ao crime organizado.
5 – Promoção dos direitos de nossos cidadãos.
“Precisamos enfrentá-los unidos”, finalizou. Confira abaixo a intervenção de Lula durante a cúpula, e na sequência, leia a íntegra de seu discurso final.
Transcrição do discurso lido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encerramento da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Buenos Aires, na Argentina, em 3 de julho de 2025.
Quero agradecer a presidência argentina pelo trabalho desenvolvido ao longo desses meses.
O próximo semestre será um período de muito trabalho.
O Brasil assumiu a responsabilidade de sediar a COP30 em um momento de graves turbulências para o multilateralismo.
O apoio do MERCOSUL e de toda a América do Sul será imprescindível.
Já tive a oportunidade de apresentar, em minha intervenção, as cinco prioridades da presidência brasileira.
Vamos trabalhar para:
1) Fortalecer o comércio intrabloco e com parceiros externos;
2) Avançar no enfrentamento à mudança do clima e na transição energética;
3) Promover o desenvolvimento tecnológico da região;
4) Combater o crime organizado transnacional; e
5) Fortalecer os direitos dos nossos cidadãos, com participação social.
Foram adotadas aqui em Buenos Aires declarações importantes, que a presidência brasileira se compromete a retomar e aprofundar.
Estudaremos com afinco a possibilidade de criar uma agência contra a criminalidade organizada transnacional, como proposto pela Argentina.
Também daremos seguimento à Declaração sobre Integração e Segurança Energética.
A exploração unilateral de recursos naturais nas Malvinas, que condenamos hoje, sinaliza que a América do Sul não permanecerá à parte na corrida global por fontes de energia.
Precisamos enfrentá-la unidos.
Como disse na reunião do Foro CELAC-China, em Pequim, cabe somente a nós mesmos decidir se seremos grandes ou pequenos.
Temos tudo para desempenhar um grande papel na construção de um mundo mais justo e sustentável.
Muito obrigado.